quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Revista CNT: Entrevista: Paulo Almeida

Repórter: Letícia Simões

 
- Formação e atual ocupação:
 

Psicólogo com graduação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1989), pós graduação em Psicologia Política pela Universidade de São Paulo (USP); pós graduação em Gestão de Políticas Públicas pela UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto). Formação em psicanálise pelo Círculo Psicanalítico de Minas Gerais. Atualmente é diretor da MARKETING500 SOLUÇÕES INTEGRADAS DE MERCADO.

Possui experiência na área de Consultoria Organizacional presencial e on line, Palestras Empresariais com ênfase em Estratégias de Marketing, Recursos Humanos, Desenvolvimento de Líderes e Inteligência de Mercado, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão Estratégica e Organizacional, Estratégias Mercadológicas; Inteligência de novos produtos e Serviços, Recrutamento e Seleção, Metodologia de Pesquisas Qualitativas, Liderança, Coaching, Oratória, Trabalho em Equipe e Comunicação Interpessoal; Atendimento  Clinico Psicoterápico.

Professor de Pós Graduação dos MBAs, de Gestão de Responsabilidade Social, Gestão de Negócios, Gestão de Pessoas, Gestão Comercial e Vendas – ministrando as matérias Responsabilidade Social e Sustentabilidade, Processos Produtivos do Terceiro Setor; Comunicação e Oratória; Gestão Corporativa.

 
- A tecnologia, a cada dia, domina mais as relações no trabalho. Nas empresas de transporte não é diferente. Novos softwares e hardwares são constantemente incorporados ao dia a dia das atividades como alterantiva para dinamizar os processos. Em que pontos esses novos recursos podem representar ganhos e em quais aspectos as novas ferramentas podem prejudicar as empresas?

Paulo Almeida: No mundo corporativo, os novos recursos tecnológicos trazem ganhos efetivos de aumento da produtividade e gestão de processos de forma cada vez mais eficaz. Os ganhos envolvem: 1. rapidez e agilidade no mapeamento dos processos com melhor entendimento dos fatores que  interferem no aumento da produtividade. 2. Diminuição dos erros com melhores escolhas dos elementos que realmente funcionam. Por exemplo: uma confecção, minha cliente, com o uso de tecnologia informatizou desde o pedido do cliente, com personalização do seu pedido: cor, tamanho, desenho, com ou sem manga, gola V, U ou outra etc. , passando pelos processos produtivos : compra do pano, corte, costura, silk, embalagem e entrega do pedido. O cálculo dos custos e do lucro da venda, desde o pedido do cliente até a sua entrega final eram calculados imediatamente após a confirmação do pedido.

Os prejuízos com a novas tecnologias estão relacionados a não compreensão dos fenômenos humanos que ocorrem em uma velocidade menor. As pessoas precisam ser treinadas e desenvolvidas no posto de trabalho (on the job) 70% do tempo. E muitas vezes a rapidez tecnológica não possibilita a maturação do indivíduo no posto de trabalho. O nível de escolaridade do trabalhador brasileiro ainda é relativamente baixo. E o domínio tecnológico exige rapidez na compreensão e análise de textos. Os gestores precisam recrutar, treinar e desenvolver seus colaboradores nos quesitos básicos de escolaridade. Quando na verdade, deveriam estar avançando em fatores mais complexos de aprendizagem.

- Um trabalho eficiente e ágil gera que tipo de ganho para as empresas?

Paulo Almeida: O aumento de produtividade, ou seja, realizar mais produtos e serviços em menor tempo e com qualidade traz redução de custos, e maior lucratividade. Além  maior tempo para investir em desenvolvimento e treinamento de equipes e inovação. Hoje as empresas necessitam inovar em seus produtos e serviços para competirem com eficiência em um mundo globalizado.
 
- Com acesso cada vez mais amplo aos adventos tecnológicos, o funcionário rende mais? Quais cuidados e ou medidas devem ser tomadas pelos gestores para que esse rendimento seja realmente constatado?
 
Paulo Almeida: A produtividade está relacionada não apenas ao desenvolvimento tecnológico, mas sobretudo ao investimento no capital humano. As máquinas realizam o trabalho até um determinado ponto, mas as pessoas e equipes de trabalho é que completam o ciclo produtivo. O planejamento, o empreendedorismo e a criatividade são essenciais nos ganhos de produtividade,e por enquanto, apenas, os seres humanos conseguem realizar estas tarefas.

Os gestores necessitam ser capacitados para dominar os processos de gestão de pessoas. Esses processos vão desde o recrutamento de profissionais com perfis adequados ao posto de trabalho até o acompanhamento do seu desenvolvimento e domínio dos processos de trabalho.
 
- Treinamento é fundamental para que a equipe usufrua de tais ferramentas da forma mais profissional e eficiente possível? Como os gestores devem agir?

Paulo Almeida: O treinamento e desenvolvimento de profissionais é uma necessidade cada vez maior das organizações em todo o mundo. No caso do Brasil, precisamos investir nas  melhorias educacionais formais desde a escola fundamental até o nível superior. E consequentemente aprimorar o investimento em treinamento tecnológico. E como em todo o mundo corporativo, os profissionais precisam desenvolver as competências comportamentais relacionadas à comunicação, trabalho em equipe, negociação, resiliência, liderança, atendimento e relacionamento com o cliente dentre outras.  

Os gestores necessitam acompanhar o desempenho dos colaboradores principalmente oferecendo desafios e investindo nos pontos fortes dos profissionais. De acordo com a Psicologia Positiva: "as pessoas felizes remodelam seus relacionamentos de forma apreciativa. Colocando de forma maior os valores e focando nos pontos fortes dos colaboradores. Ancore-se nos pontos fortes e motive-os a estar entregue  a uma causa que é maior que você mesmo"

 
- Como especialista em Recursos Humanos, como você avalia o atual cenário das diversas corporações, com a introdução constante de novas tecnologias no cotidiano das empresas? 
 
Paulo Almeida:
Os avanços tecnológicos são incríveis e trazem rapidez, agilidade e aumento de produtividade. Entretanto, o sofrimento no trabalho ainda é um fator que pode trazer prejuízos para as organizações, para os profissionais e seus familiares. O investimento no crescimento dos profissionais como seres humanos com foco na felicidade de cada um tem sido um objetivo eficaz para lidar com os desequilíbrios emocionais. A Primavera Árabe é um exemplo de que a tecnologia ajuda a fazer uma revolução junto com o forte nível de insatisfação dos cidadãos. Diante disso, o governo chinês tem buscado medir o nível de felicidade da população para evitar as revoluções. O mesmo ocorre nas organizações contemporâneas. A gestão da satisfação e felicidade dos clientes internos e externos poderá gerar maior equilíbrio nas relações sociais e de trabalho.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário